A vida é inconstante como a bolsa: cheia de altos e baixos, de dias bons e também de dias ruins.
Mas existe um dia específico no nosso mês que costuma ser muito bom: o dia do nosso pagamento, seja ele salário, ajuda de custo, bolsa de estudos, pró-labore...
Independente do quantum
recebido, a monetarização do nosso trabalho é uma das principais
motivações para dedicarmos quase 1/3 da nossa vida em atividades
que não contribuem diretamente para a nossa IF.
Antes
que critiquem essa afirmação, saliento que
trabalho, via de regra, serve para duas coisas: 1º, para a perpetuação
do ciclo produtivo; 2º, para a nossa sobrevivência. Os frutos dele podem
ou não servir para a IF, e ai depende de cada um.
Não
chega a ser surpresa, portanto, que uma das coisas que mais gosto na
renda variável são os pagamentos de proventos.
Muitos criticam a
estratégia focada em dividendos, mas ela não é só eficiente, é também
motivadora: ao mesmo tempo que rentabiliza monetariamente uma carteira que por definição tende a ser estática, ela ainda turbina o aporte mensal - e fomenta, assim, os juros
compostos.
Vejam o meu exemplo: em março, como já
ocorrera em fevereiro, todo o aporte foi usado para aumentar a posição
em XPGA11, como forma de antecipar um equilíbrio entre a alocação deste
FII com o BCFF11b, cuja subscrição se encontra em estudo pela CVM.
Foram
os proventos de Cemig + Weg + FII, aliados a algumas horas extras e um bom ponto
de compra que me permitiram adquirir os primeiros papéis da Souza Cruz à
carteira de ações. Já estudava a entrada no papel vai um certo tempo e
esta tendência de queda veio bem a calhar. Mas sem este dinheiro extra
eu não teria condições de sair do campo teórico e executar meu
planejamento.
E assim chegamos ao mês de abril, que começou com uma sensação de déjà vu: IBovespa em queda e XPGA11 pagando exatos R$1,00 por cota.
Se tem coisa que me deixa muito feliz é a constância nos rendimentos
recebidos. Dá uma certa paz de espírito ter uma noção, ainda que
irracional, do quanto podemos esperar de determinado ativo.
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Aqui me sinto na obrigação de fazer uma pausa na postagem para elogiar a gestão profissional do fundo XP Gaia: apesar de ainda possuir uma quantia considerável do valor adquirido na última subscrição para investir em ativos mais lucrativos, já recuperou a maior parte do provento que era pago antes do aumento de capital. Melhor do que isto: hoje recebo quase o DOBRO do que era creditado na minha conta em março de 2012 (R$ 0,56 por cota). Por essas e outras eu ainda sou um tanto cético quanto a essa história de que fundo de tijolo rentabiliza melhor o cotista que fundo de papel.
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O fato do valor da cota deste fundo ter ironicamente caído agora no começo do mês só reforça a manutenção do meu planejamento para abril, onde utilizarei o aporte para adquirir mais cotas de XPGA11.
Mas as boas notícias não param por ai, graças a Deus...
Saiu o tão aguardado fato relevante de abril, referente à Vale, confirmando o pagamento da primeira parcela do seu rendimento mínimo para 2013. E com ele uma agradável surpresa: o valor a ser distribuído é ligeiramente maior do que o esperado pelo mercado (de US$ 2bi passou para US$ 2,25bi).
Apesar da Companhia não ter afirmado nada neste sentido, a atitude de aumentar o valor da primeira parcela reforça a possibilidade de que a empresa distribua em 2013 mais dinheiro em proventos do que o informado em janeiro passado.
Como não tenho bola de cristal, tentarei interpretar as informações que por ora possuo:
- amparado no histórico dos pagamentos mínimos feitos pela empresa, depreende-se que a quantia a ser aprovada no dia 16 de abril será paga como JCP;
- a partir disso, passo a calcular o seu valor em reais - usarei a cotação do dólar de R$ 2,02 - e estimo o provento a ser pago no dia 30 em R$ 0,75 por ação, isso já deduzido o IR.
- apesar deste valor ser 18% menor que o pagamento feito no mesmo período do ano passado, não é nada mau para uma empresa cujos balanço do 4T12 e notícias fizeram o preço da sua ação despencar quase 25% no ano.
Independente do teor deste fato relevante, é importante saber que, da mesma forma que em março, poderei contar com proventos - agora os
da Vale do Rio Doce, da própria Souza Cruz e dos FII, mais algumas horas extras - para adquirir mais alguns papéis de CRUZ3, consolidando um pouco mais esta empresa na minha carteira.
Finalizo este post afirmando que, apesar deste
movimento ainda ser dependente de dinheiro oriundo de fora da carteira,
é sempre uma sensação boa sentir que o planejamento está te levando a
algum lugar. No meu caso, ele ajuda a consolidar a ideia de que é
possível redistribuir a carteira diluindo o percentual em renda variável e acrescentando novos valores ao portfólio, mesmo lidando com pouco dinheiro. Um ótimo mês de abril a todos!
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