quarta-feira, 10 de julho de 2013

Planejamento da carteira - controle, projeção e plano de ação para o segundo semestre 2013

Desde que estabeleci objetivos para o meu dinheiro, janeiro e julho deixaram de ser meros meses de balanço; eles passaram a ser mais importantes do que isto.

O fechamento do semestre passou a ser um ponto de chegada/partida importante para a análise do planejamento estabelecido. E a pergunta que sempre me faço nestas horas é "como estou me saindo?"

Como já dei mostras nos textos aqui no blog e nos comentários em outros sítios, o meu objetivo para a carteira é de longo prazo. Coisa de 20, 30 anos. Então... por que diabos preciso analisar o que faço hoje, mesmo que seja só 2 vezes por ano, se só terei de me preocupar com isto daqui muitos e muitos anos? Não seria uma tremenda perda de tempo?

Para mim, esta é a melhor definição de planejamento: é(são) o(s) meio(s) necessário(s) para o futuro desejado. Em outras palavras, não basta saber onde e quando eu quero chegar, é necessário também saber o quê e como devo fazer para chegar ao meu objetivo.

Assim, se o caminho escolhido estiver errado, não terei esta notícia desagradável daqui 20, 30 anos, onde poderá ser muito tarde para qualquer mudança de rumo, por menor que ela seja. Ganha-se tempo e, principalmente, dinheiro quando temos condição de analisar, com base no que já conquistamos, o que exatamente nos falta fazer para encurtar o caminho ainda a ser trilhado.

Infelizmente, ainda são poucas as pessoas que planejam suas finanças. A maioria só procura se informar acerca de educação financeira quando já não sabe mais o que fazer para equilibrar as suas contas. E isso é, no máximo, planejamento tático, de curto prazo... porque só se está tentando botar ordem no orçamento doméstico.

Para ser planejamento mesmo, você deve juntar à fase de controle as de previsão, projeção e predição (planejamento estratégico) e também as fases de resolução de problemas e formulação de planos (planejamento operacional).

Vou dar um exemplo:

Com os dados de 6 meses ou 1 ano você já consegue utilizar praticamente todos os conceitos elencados acima: os dados em si são o controle; com base neles, você prevê uma tendência de ganhos e de gastos, projeta o que deve mudar e prediz os meios necessários, tanto para alcançar esta empreitada da melhor forma possível quanto para estabelecer os prováveis percalços a serem superados. Com esse estudo pronto, adquire-se uma maior confiança para pôr em prática as soluções necessárias, concretizadas dentro de ações e atitudes a serem adotadas para aquele determinado período.

O interessante aqui é não deixar os dados acumularem demais. Se acredita serem 6 meses um período muito longo para esta análise, principalmente nos momentos de crise, faça-a num tempo menor. A flexibilidade do método deve servir como um porto seguro para o investidor, que o utiliza, entre outros motivos, para reduzir ao máximo o campo emocional das suas decisões (não acredito que seja possível eliminá-lo de vez).

Também é importante não confundir este planejamento de longo prazo com o controle que deve ser feito com os ativos da carteira. Este deve ser constante, até pelo dinamismo do mercado.

E tem mais: uma coisa é ser adepto de buy and hold; outra bem diferente - e maluca - é optar por um perigoso buy and forget...

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Depois de explicado o método, passo a tratar do meu planejamento. Ele passa pelas 3 variáveis que seguem:

Ganhos/Gastos (comparação com o 1° semestre de 2012)

▲% dos Ganhos: +24,26%

▲% dos Gastos: + 31,25%

Proporção dos Gastos com relação aos Ganhos :
             (1º sem)        (anual)
2013      48,49%       34,27%*
2012      45,91%       27,45%
2011      67,71%       40,11%
2010      66,53%       44,55%
2009      80,14%       51,25%
*projeção

Apesar da aceleração ocorrida nos Gastos, que cresceram quase 2x mais que os Ganhos, em valores absolutos eles voltaram a patamares muito semelhantes aos do 1º semestre de 2011.

Já os Ganhos continuaram crescendo, o que gerou uma melhora de quase 25% com relação ao superávit gerado naquele mesmo período de 2011.

Para o segundo semestre, onde a renda auferida costuma ser maior e as despesas, menores, espero manter os Gastos abaixo dos 40%. Diante do fato que quase todas as despesas fixas já foram devidamente pagas/provisionadas neste semestre, é um plano fácil de ser cumprido.

Como 2012 foi um ano de frugalidade extrema, que não pretendo repetir, deixo como meta a metade do caminho, para ter alguma margem no final do ano.


Aportes - proporção dos Aportes com relação aos Ganhos (1º semestre):

            (1º sem)          (anual)
2013     34,04%         53,71%*
2012     42,67%         56,12%
2011     16,89%         48,36%
2010     26,80%         46,93%
2009     14,36%         45,18%
*projeção

Aqui também se percebe um avanço, ainda que tímido. Penso estar trabalhando perto do limite dos Ganhos da minha fonte de renda atual, e maiores cortes nos gastos não acontecerão sem perda da qualidade de vida - atitude que nos próximos 6 meses seguirá descartada.

Por isso meu plano de seguir estudando continua de pé, com o objetivo de aumentar a minha renda já em 2014. Posso adiantar que as perspectivas são boas, principalmente para o 2° semestre do ano que vem.

Renda Passiva (Yield) da Carteira:

2013       4,52%*
2012       9,17%
2011       7,52%
2010       5,00%
2009       8,89%
* 1º semestre, somente. Para o ano já estão garantidos proventos da ordem de 7,13%.

Meta: 10%.

Percentualmente o alcançado em 2013 ainda deixa a desejar quando comparado com 3 dos 4 anos listados. Mas já é o ano com o maior valor absoluto de Renda Passiva: seu valor garantido é quase maior que os rendimentos recebidos no período de 2009 a 2011. Isto que ainda não realizei nenhuma venda este ano - algo inédito na minha carteira.

O plano para alcançar a meta de 10% está na manutenção da estratégia atual, qual seja: continuar comprando FIIs com o aporte mensal e usar o aporte residual para comprar mais BBAS3 e CRUZ3. 

Estou estudando também a possibilidade de vender parte de WEGE3 para investir em ETER3, PSSA3, AMBV3 ou CIEL3, mas ainda não tenho nada decidido.

No somatório dessas 4 variáveis, eu tenho uma projeção de crescimento da carteira para algo em torno de 30% em 2013. Este número infelizmente está em risco, caso a rentabilidade negativa do primeiro semestre se repita. 

De qualquer forma, entendo que a rentabilidade dos ativos é secundária quando se trata de uma carteira de longo prazo, principalmente quando os fundamentos dos ativos não se encontram em situação tão delicada a ponto de uma mudança radical na estratégia - ao menos para os próximos 6 meses.

Para finalizar, além dos questionamentos que a estratégia possa ter, gostaria de saber se mais alguém costuma fazer um planejamento parecido, e com que frequência. Seria muito bom poder conhecer outras experiências, pois sempre ajudam a aprimorar o método que cada um adota. Abraço a todos!

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