Nos últimos dois meses, deixei aqui no blog uma pergunta aos frequentadores: "Que valor você considera necessário para a sua independência financeira?"
Pois bem: no dia 29 de novembro esta enquete foi encerrada. E o seu resultado deixou algumas coisas bastante claras para este que vos escreve.
Em primeiro lugar, não existe uma resposta padrão à questão apresentada. Vai depender de uma estimativa, uma previsão do que cada um de nós necessitará para viver depois de encerrado o período de acumulação.
E quanto maiores as necessidades (para muitos, os sonhos a serem contemplados), maior o montante a ser amealhado.
Para quem quiser aprofundar mais neste ponto, existe um post publicado pelo Investidor Defensivo ano passado, onde ele explica como definir o valor ideal da renda passiva tendo como foco as despesas, disponibilizando, inclusive, uma planilha para tanto. É só clicar aqui.
Em segundo lugar, tampouco existe consenso quando o assunto passa a ser a estratégia do como usufruir o capital amealhado.
Dada a diversidade de respostas, creio que existam dois grupos distintos: uma maioria que pretende consumir o principal + rendimentos e uma minoria que opta por viver apenas dos rendimentos.
E aqui começam as deduções, tendo por base também a primeira pesquisa feita aqui no blog.
Acredito que a opção da maioria seja motivada pelo fator tempo. Quando aceitam uma dilapidação gradual do principal, mesmo que pequena, acabam tendo uma menor necessidade de patrimônio para manter determinado padrão de vida.
Logo, podem se aposentar mais cedo, antes de 50 anos - desejo de nada menos que 80% dos frequentadores do blog.
Com relação à minoria, creio que o foco esteja na segurança financeira. Para estes pouco mais de 20% dos frequentadores, o período de acumulação pode ser acrescentado em até uma década, contanto que o principal, corrigido pela inflação, não seja utilizado no pagamento das despesas.
Para estas pessoas, parar de trabalhar não é o desejo primordial, mas uma das várias opções possíveis diante de um patrimônio-alvo maior.
Independente da opção escolhida, é fascinante perceber que não existe uma resposta definitiva à pergunta. Mais do que isto: ver demonstrada que cada cabeça tem o seu próprio objetivo/planejamento só aumenta o interesse de estudar as alternativas existentes - principalmente para saber o que pode ser melhorado na nossa estratégia individual.
Agora vou aproveitar o gancho do tema para fazer um desabafo.
Para a maior parte da população, ter independência financeira é o mesmo que levar uma vida de milionário. De preferência, poder levar a vida social do Rei do Camarote, enfeitar a sala com automóveis de luxo e ser assunto do mês na revista Caras. Desejar menos do que isto pode ser considerado pensar pequeno.
Algo surreal.
Não é a toa que, ao receberem uma grande quantia em dinheiro (loteria) ou bens (herança), a maior parte dos sortudos acaba dilapidando rapidamente esse patrimônio. Para eles, o importante é realizar os seus desejos imediatos, pouco se importando com questionamentos que, para mim, são imprescindíveis: este padrão de vida é compatível com o dinheiro que possuo? Se sim, por quanto tempo?
A título de exemplo, sugiro que assistam o filme nacional "Até que a sorte nos separe". Além de ser um filme bastante engraçado, demonstra muito bem o estrago que o dinheiro em excesso pode fazer numa pessoa despreparada para administrá-lo.
E em caso de dúvida sobre que estratégia tomar, faça exatamente o oposto ao praticado pelo personagem vivido pelo hilário Leandro Hassum. Não tem como errar hehehe
De resto, nada tenho a reclamar das minhas férias. Que continue assim.
Abraço a todos!
cara, eu to fazendo minhas contas, mas isso é minhas contas, que 3k da e sobra pra mim de renda, ex. 400k investido em FII+ações. Isso paga minhas contas e sobra pra reinvestir, eu não preciso de muito...
ResponderExcluirse eu fosse solteiro, ia viver uma vida a la Walden, e gastaria menos da metade da grana... nunca pensei em parar de trabalhar, mas parar de ser moído pelo trabalho é meu sonho...
Abraço, otimo post!
Victor
Boa noite, Victor! Obrigado pela visita!
ExcluirA vantagem de ter o patrimônio trabalhando a nosso favor é esta mesma: eu também não me imagino parando de trabalhar, mas tendo dindim suficiente para pagar as contas da casa posso muito bem fazer algo menos estressante, ou então trabalhar por meio período.
Abraço!
Olá LL,
ResponderExcluirObrigado por citar meu post! :-)
Só de curiosidade, eu também penso na idade de 50 anos para alcançar a independência financeira.
Mas pelas minhas simulações, o esforço de tamanho dos aportes para se alcançar a IF aos 50 ao invés de 55 anos é altíssima. Sinceramente, talvez valha a pena pagar o preço de trabalhar mais 5 anos fazendo um aporte menor ao longo dos anos.
Abs!
Boa noite, ID! Bem-vindo!
ExcluirEu que agradeço pelo seu post existir. Me poupou muitas e muitas linhas de explicação! hehehehe
Se me permite opinar a respeito da sua simulação, te diria para não alterar seus planos agora. Você sempre pode incrementar a renda e elevar seus aportes para alcançar a meta pretendida.
Abraço!
Vc tem razão sobre os aportes. Ótimo comentário.
ExcluirRealmente acho que precisamos mesmo é de aumentarmos nossos aportes e fontes de renda!
Está muito cedo para que eu desista da meta de 50 anos. Valeu pela argumentação!
Abs!
Vou te dizer como fiz o meu planejamento, talvez te ajude...
ExcluirPrimeiro, dividi o período de acumulação em 4 decênios. Os primeiros 3 (20-50 anos) de acumulação e o 4º (50-60) está lá como uma garantia.
Depois, calculei o valor do aporte para cada decênio, de modo que, ao final, os juros compostos façam com que cada período tenha o mesmo peso no montante final (parto do seguinte pressuposto - quanto maior o tempo aplicado, menor precisa ser o valor do aporte).
Finalmente, e ai está o pulo do gato, eu tento aportar mais do que o programado, com o objetivo de não necessitar deste 4º decênio.
Abraço!
Gostei muito das conclusões. Muito bem observado. Faço parte dos 20%.
ResponderExcluirUm abraço!
Boa noite, Troll! Fico feliz que tenha gostado do post!
ExcluirTambém faço parte destes 20%. Vou demorar mais que você para alcançar meus objetivos financeiros, mas também pretendo chegar lá!
Abraço!
As necessidades de alguém com 50 anos são (ou deveriam ser) bem diferentes daquelas que temos aos 20 e poucos anos. Para mim, independência financeira significa R$20 mil mensais, em valores de hoje. Para conseguir isso "tranquilo", R$ 4 milhões investidos em renda fixa. É meu objetivo :)
ResponderExcluirBoa noite, Adam! Muito me honra a sua visita!
ExcluirVocê está corretíssimo quando estabelece prioridades e define suas metas com base não no presente, mas no futuro.
Agora é ir acertando os ponteiros do relógio para que ele te entregue o que desejas no prazo acordado. No seu caso, é importante corrigir também o montante final, para que você de fato receba os R$20k/mês de que necessita.
Abraço!
Pode ser um pouco menos, funciona. Já fiz minhas contas, quero ter umas 1500 NTNBs que vencem em agosto de 2024, e dá para conseguir.
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