Conjuntura
Metade do ano se foi. Um ano que vem sendo péssimo para a rentabilidade do capital, esteja ele aplicado em renda fixa (TD) ou variável (FII, Fundos e Ações).
Mas... será mesmo algo tão ruim assim esta correção?
Para quem começou a investir nos últimos 3 anos, esta queda ininterrupta do Ibovespa parece uma história sem fim. Uma novela com final infeliz, apesar de não ter ainda uma data para acabar.
Para quem teve o (des)prazer de estar comprado em 2008, este é um filme que se repete. Períodos de grande valorização são seguidos de períodos de grandes perdas. Faz parte do ciclo financeiro que o mercado sofra correções, até para que ganhe fôlego - se capitalize - e depois volte a crescer mais uma vez.
Como todos sabem, é a dicotomia entre a ganância e a aversão ao risco que ditam o volume de capital empregado nos mais diversos setores de uma economia. Hoje vemos uma fuga de capitais de nosso país, o que vem forçando o preço dos ativos brasileiros para baixo. Como os fundamentos da maior parte deles continua bom, isto é ruim só para quem precisa vendê-los agora. Da mesma forma que foi ruim para quem teve obrigatoriamente de vendê-los no final de 2008.
Não estou afirmando que em 2014 tudo irá subir, como ocorreu em 2009. Pela conjuntura de nosso país, isto dificilmente acontecerá na mesma proporção. Acredito que estes períodos de queda são importantes para consolidarmos nossas estratégias, ainda mais quando o que os analistas veem pela frente se assemelha a um grande precipício. Soa mais como exagero, não como constatação.
Movimentações da carteira
A despeito da conjuntura econômica e política (esta vou me abster de comentar), o planejamento traçado seguiu seu curso e o aporte mensal seguiu destinado a XPGA11, circunstância que vem se repetindo desde fevereiro.
Da mesma maneira, o aporte residual serviu, mais uma vez, para incrementar a quantidade de CRUZ3 que possuo, consolidando uma posição relevante deste ativo na minha carteira.
A novidade ficou no preço de compra, bem abaixo de todos os aportes feitos nestes papéis em 2013. Se por um lado prejudica a rentabilidade do capital já empenhado, por outro torna mais eficiente o dinheiro novo que destino religiosamente para a carteira.
Agora o objetivo do aporte passa a ser reequilibrar a carteira de
FII (no momento está 70/30), comprando BCFF11b. O fato deste FII estar
sendo negociado nos últimos dias abaixo do seu valor patrimonial será um
motivador para que se tente concluir tal objetivo no menor tempo possível.
Há
quem questione a opção por fundos de papel, mas até o momento tem se mostrado uma boa opção de investimento. Com proventos beirando os 0,8% a.m.(1), papéis com uma valorização menor que os FIIs de tijolo (2) e uma quantidade maior de negociações em bolsa (3), estes ativos têm demonstrado um excelente custo-benefício.
Cabe ressaltar que não estou desmerecendo os FII de tijolo, o problema é que, mesmo com as desvalorizações que tiveram nestes últimos dois meses, ainda não vejo neles uma janela de oportunidade tão boa quanto a dos FII de papel.
Falando em janela de oportunidade, hoje é possível dizer que se vê luz no fim do túnel da Renda Fixa. Não existe papel no TD que não esteja atrativo, e a tendência de 2013 é que as taxas continuem subindo, mas numa velocidade menor da que tivemos nos últimos 3 meses.
Como no mês de julho são creditados os rendimentos
das minhas NTNFs e seu preço de compra se encontra abaixo do valor de face, não perderei tempo fazendo contas: programei o reinvestimento e de lambuja economizarei nas taxas decorrentes da operação.
Cumpre ressaltar que o planejamento previa uma redução drástica na RF exatamente pelo valor elevado que se encontravam os títulos e seu baixo rendimento até o momento não incentivavam uma alteração na estratégia. Agora, caso os NTNBs e NTNBs Principais fiquem com taxas acima de 6% e as LTNs acima de 12%, a conversa mudará completamente de figura. Tanto é assim que o Governo andou intervindo no Tesouro Direto, forçando as taxas para baixo.
Enquanto isso não acontece, a economia nas compras do mês aliada à entrada de proventos e alguns extras - este mês destaca-se a restituição de IR - me ajudaram a acrescentar mais um ativo à carteira: agora sou também sócio do Banco do Brasil (BBAS3), a qual compartilhará com Souza Cruz as atenções dos aportes residuais a partir de julho.
Tudo correndo dentro do desejável, em dezembro eu terei pelo menos 5% de participação individual na carteira de ações. Caso dê a sorte de alcançar 10% em BBAS3 e CRUZ3, poderei vislumbrar já em 2014 a adição de uma 7ª ação em carteira (o objetivo é ter, no máximo, 10 empresas encarteiradas, mas sempre mantendo o foco e o percentual mínimo em cada ativo).
Sem mais delongas, vamos aos números:
Utilizando o sistema de cotas do amigo Além da Poupança, minha carteira amargou -5,33% no mês e -14,16% no ano. Nem o aporte mais generoso segurou o tombo desta vez.
Desta forma, a carteira terminou junho assim:
Na divisão com base nos ativos, estou no momento com 33,5% CMIG3; 29,7% VALE5; 20,6% WEGE3; 9,2% ELPL4; 6% CRUZ3 e 1,1% BBAS3.
Para finalizar, ouso responder a pergunta feita lá em cima, no começo do post, parafraseando o discurso de Churchill, ao final da segunda batalha de El Alamein: "[...]este
não é o fim, não é nem o começo do fim, mas é, talvez, o fim do começo".
Eu não acredito que tudo se resolveu, como num passe de mágica. Muita água há de passar por baixo desta ponte até que as economias de EUA, Europa, Japão, China, Brasil... voltem aos eixos. Mas acho que o pior já passou. Se ainda cairmos, não será na intensidade
ou na força vendedora existentes em maio ou junho.
Por isso sigo comprando, e não vendendo meus ativos, na certeza de que cada real investido hoje fará muita diferença no longo prazo. Abraço e desejo sincero de um ótimo segundo semestre para todos!
Boa carteira! Já tive WEGE3 há muito tempo e ganhei 100% nela. Agora não acompanho mais. Vc enxerga bons horizontes na empresa?
ResponderExcluirAdd aí no blogroll e me curte no face! Já te add!
Seja muito bem-vindo, Troll! Obrigado pela visita e comentário!
ExcluirWeg é uma empresa que eu sempre gostei. Tenho ela há muito tempo(lá pelos idos de 2008, 2009).
Ocorre que ela me parece bastante esticada e dentro de uma zona de congestão. O preço vive oscilando de 26 a 29 reais.
Eu estou namorando a ideia de aproveitar a valorização do papel para vender uma parte e investir a grana em BBAS3.
Só não fiz isso ainda porque o cenário de curto/médio prazo da Weg me parece bom. E ai é vantagem sentar no papel e esperar ele valorizar um pouco mais.
No mais, obrigado por me add. Já te add também. Abraço!
Olá LdL, este primeiro semestre não foi bom pra ninguém, sigo a máxima que nada é tão ruim que não possa piorar, mas neste momento também acho que piorar seja improvável (ou não).
ResponderExcluirGosto de CMIG, CRUZ e VALE.
Abraços,
Blog Economicamente Incorreto
http://economicamenteincorreto.blogspot.com.br