quarta-feira, 4 de março de 2015

Divagações a respeito da declaração de Imposto de Renda

Março é, historicamente, o mês onde acertamos contas com o leão.


Não esse leão. Este:



Que piadinha mais sem graça...


Caso você seja investidor, aqui não cabe fazer a pergunta 'devo declarar?'. Seu compromisso diante do Fisco, para o bem ou para o mal, é obrigatório.

Não pretendo aqui aprofundar as hipóteses de incidência, tampouco dar dicas sobre o preenchimento da declaração em si. Para isso já existe uma infinidade de sites e também boas contribuições dentro da nossa blogosfera, como este post feito pelo AdP ano passado.

O que pretendo expor aqui são pequenas dicas que, para mim, fazem toda a diferença na hora de preencher a DIRPF - e de entregá-la logo nos primeiros dias de recebimento.


Dica 1 - anote todos os proventos recebidos no momento que você os recebe.


Existem várias formas de se fazer isso. Eu optei por criar uma planilha bastante simples. Preencho o valor nominal assim que vejo o fato relevante e preencho o valor recebido no momento que o crédito chega à Corretora.

Aqui a imagem da planilha dos proventos recebidos das ações.


E aqui a imagem da planilha dos FIIs.


Para calcular os valores é muito simples: basta separar os créditos recebidos de cada empresa, o tipo do crédito e declarar o valor efetivamente recebido do somatório de cada um deles.

Parece complicado? Tendo os números em mãos, não leva mais que 5 minutos fazendo do jeito mais difícil, que é somando tudo na ponta do lápis.

Por que isso é importante? Porque tudo na vida possui um risco. E em 8 anos de declaração nunca recebi todos os informes das empresas dentro do prazo legal. Nem acho que seja culpa dos Correios porque a demanda aumenta muito e é até esperado que ele não consiga dar conta deste excesso de serviço.


Dica 2 - tenha sempre em mãos as declarações de renda dos anos anteriores.

Pode parecer besteira, mas faz toda a diferença ver o que foi feito na declaração dos anos anteriores caso surjam dúvidas - e elas sempre aparecem.

Uma característica legal do programa disponibilizado pela Receita é que ele pode ser copiado na íntegra, sem necessitar ser reinstalado. Assim eu não salvo apenas a declaração em .pdf, tenho a facilidade de acessar qualquer tópico de qualquer declaração em qualquer PC ou notebook clicando no programa do ano respectivo.


Faça o teste. Copie a pasta inteira para um pen drive ou cartão de memória e depois tente acessar o programa em outro PC. Funciona perfeitamente.


Dica 3 - faça a declaração em um PC/notebook.

O Fisco ainda não permite a quem investe em bolsa de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas efetuar sua declaração por Smartphone. Isso hoje. Mas mesmo que permitisse é muito melhor ter ao alcance dos olhos todas as ferramentas que nos ajudam a fazer a DIRPF. E isso não é nem será possível de ser feito numa tela de 4''.


Dica 4 - preencha todos os campos da sua declaração, e só então escolha o tipo de formulário a ser adotado.

Muita gente questiona qual tipo de formulário se encaixa melhor para a sua declaração, se a completa ou a simplificada.

Eu penso que esta dúvida é bastante simples de ser respondida. Preencha todos os campos necessários da sua declaração. Todos mesmo. Enquanto você vai preenchendo, o próprio programa vai calculando em tempo real o valor a ser pago/restituído. Ao final, basta optar pelo que lhe for mais vantajoso.


Dica 5 - faça você mesmo a sua declaração.

Esta dica parece estranha? Estranho é ter medo de fazer algo tão simples.

Não tenha medo de perguntar a quem sabe. Converse com parentes e amigos que tem este hábito. Se informe nos sites especializados e no próprio site da Receita. Acesse o rol de perguntas frequentes e elabore as suas próprias.

E lembre-se: este aprendizado é para a vida toda e de quebra ainda é remunerado pela restituição.

Boa semana a todos!

4 comentários:

  1. Pior que concordo com você.

    Sempre fiz minha declaração e nunca entendi quem paga contador pra fazê-la. E olha que vejo isso acontecendo com gente que apenas tem que declarar o que recebe do trabalho!

    E quer saber? Eu gosto dessa época. Dá pra gente ver a evolução patrimonial do ano e ter uma melhor ideia melhor dos grandes números na nossa vida (não só de investimentos, mas de quanto ganhamos durante o ano, quanto virou patrimônio, quanto foi gasto com saúde etc).

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    1. Exatamente. Pagar de R$50,00 a R$100,00 para um contador preencher 2 telas de declaração é o mesmo que rasgar dinheiro.

      Sou da opinião que todos deveriam, pelo menos, tentar fazer a declaração. Bateu uma dúvida? Não tem a quem recorrer na hora do aperto? Dá um Google que passa. rs

      Muito legal esta sua visão a respeito do IR, anônimo! Transformar uma obrigação num momento agradável é também aproveitar melhor o tempo que dispomos para fazê-la!

      Abraço!

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  2. Fiz nos primeiros 2 anos com ajuda de contador. Depois tomei vergonha, arrumei um computador (que eu nem tinha) e fiz eu mesmo.
    Esse ano é o primeiro que tenho que declarar ações e fii, a declaração ficou grande, recebi uma penca de informes pelo correio, mas tudo normal.
    O ruim é descobrir que ainda tenho que pagar imposto. Ninguém merece.

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    1. Eu sempre tive um bom exemplo em casa. Ainda lembro do meu pai preenchendo as declarações, dele e da minha mãe, na máquina de escrever...

      Hoje, com a declaração online, ficou muito mais fácil encontrar os problemas de preenchimento. Mas não descarto completamente a ajuda de um contador, caso o valor a pagar seja alto.

      Caso seja o seu caso, antes de enviar entre em contato com um contador. Talvez ele tenha uma solução lícita para te ajudar!

      Abraço!

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