terça-feira, 30 de abril de 2013

Fechamento - Abril 2013

Um mês de tirar o fôlego!

Abril passou como um furacão: primeiro derrubou a cotação de todos os papéis, inclusive os do Tesouro Direto, para depois apresentar uma excelente recuperação em quase todos eles.

Abril também foi mês de proventos: dividendos de VALE5 e CRUZ3 já incorporam a carteira, cada mês um pouquinho maior.

E, finalmente, abril foi mês de surpresas: o valor estabelecido para os papéis da subscrição de BCFF11b - R$0,20 - e o prazo para aceitação tão exíguo, dia 09 de maio, me fizeram repensar a estratégia de compra: vou passar a subscrição e comprar as cotas a mercado assim que terminar de montar a posição em XPGA11 que havia planejado em janeiro. O máximo que poderá acontecer é ter de pagar uns reais a mais por cota.

A oscilação, como já dito, foi muito grande durante todo o período, mas ainda assim a carteira fechou no azul pela primeira vez em 2013: 0,49%, ou -6,39% no ano.

Reitero que não me preocupo tanto com estes números, pois penso ser um problema de preço, e não de valor. Os fechamentos mensais são um simples retrato, enquanto o objetivo traçado só será alcançado ao final de um longo rolo de filme, gravado sob aportes constantes e reaplicação do maior volume de recursos possível.

Por isso continuo feliz pelo retorno do valor aplicado (a famosa renda passiva) já ser superior a recebida em 2012 em números absolutos, o que me permite ser otimista no crescimento do meu patrimônio para 2013 e nos anos vindouros, porque terei mais ativos descontados no portfólio - e em algum momento eles serão precificados corretamente pelo mercado.

A composição da carteira encerrou o mês de abril assim:



A meta para o final do ano segue a exposição do post Início dos trabalhos : 60% em ações, 25% em FII e 15% em TD. Devido a compra de CMIG3 e CRUZ3 no mês, o percentual das ações não se alterou; sua divisão ficou 35% CMIG3; 33% VALE5; 18% WEGE3; 10% ELPL4 e 4% CRUZ3.

 Já os FII's perderam terreno, mesmo com a compra  feita em XPGA11, pela queda na cotação de BCFF11b. Sua divisão ficou 65% XPGA11 e 35% BCFF11b.

Para maio, o objetivo continua sendo o mesmo: o aporte vai para XPGA11, proventos (provavelmente o pagamento dos JCP de ELPL4) e extras para CRUZ3. Mas isso será melhor explicado nos posts específicos que virão. Bom mês de maio a todos!

terça-feira, 23 de abril de 2013

Aportes mensais - abril 2013

Como não houveram mudanças bruscas no planejamento, o aporte do mês seguiu o rumo dos meses anteriores e serviu para aumentar a posição em XPGA11.

Neste ritmo, termino minhas compras anuais do ativo em junho - e ai parto para adquirir as cotas de BCFF11b necessárias para equiparar novamente a proporção de ambas em carteira.

Um adendo: como a subscrição da BCFF11b saiu agora, e eu contava com ela só para o final do mês que vem, provavelmente terei de vender quase todas as BCFF12 que recebi em custódia. Dá uma graninha extra, pelo menos.

Já o dinheiro decorrente dos proventos de VALE5 e de CRUZ3, juntamente com uma grana extra, foram mesmo empregados no aumento de posição na segunda, ampliando seu peso na carteira. A previsão é manter as compras em Souza Cruz até que a mesma tenha o mesmo peso em carteira da Eletropaulo. Ai partirei para a aquisição de papéis de ambas ou para a compra de um novo papel.

Ressalto aqui que fiquei muito satisfeito com os resultados informados pela Souza Cruz no primeiro trimestre. Principalmente pelo mercado estar punindo um ativo que apresentou aumento do seu lucro e melhora na sua margem EBITDA mesmo com uma redução nas vendas do período. Da mesma forma muito me agradou saber que a Vale do Rio Doce lucrou mais dinheiro no primeiro trimestre do que distribuiu a seus acionistas - mais um indício de que este ano teremos mesmo proventos extraordinários, e não um corte nos rendimentos.

A 'novidade' ficou com a bonificação das ações de CMIG3, que me motivaram a retirar um dinheiro da reserva de segurança alocada em poupança para comprar alguns papéis no fracionário e fechar o lote de 100 a partir do dia 02/05, na efetivação das novas ações.

O mês da Bovespa vem sendo punk, mas a estratégia seguida continua sendo de longo prazo. Poderia me queixar da carteira continuar negativa em 2013, mas como reclamar da bolsa andar de lado se isto beneficia a formação da minha carteira num valor mais convidativo? Bom final de mês a todos!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Fato relevante - Vale

Boa noite a todos.

Como estou com pouco tempo para postar, apresento o link e vou apenas comentar alguns pontos do tão aguardado fato relevante da Vale do dia 16/04:
O pagamento da remuneração
 
O pagamento será efetuado de acordo com os termos a seguir: 
Distribuição de R$ 4.452.750.000,00, correspondente a R$ 0,864045420 por ação ordinária ou 
preferencial em circulação, com base no número de ações em 15 de abril de 2013 
(5.153.374.926), sendo:
 
R$ 3.661.150.000,00 sob a forma de juros sobre o capital próprio (JCP) correspondendo a  
R$ 0,710437345 por ação (valor bruto);
R$ 791.600.000,00 sob a forma de dividendos correspondendo a  R$ 0,153608075 por ação.
Descontando o valor do IR sobre o JCP, teremos R$ 0,757479818 líquidos por ação, ou 2,46%  
de DY tendo como referência o valor de fechamento do dia 16/04, R$ 30,78.
Data de pagamento: 30 de abril de 2013.

Lembrando sempre que este pagamento é referente à metade da remuneração mínima aprovada  
pela companhia em janeiro de 2013, com a adição de US$ 250 milhões. Caso o valor aprovado 
seja cumprido à risca, teremos mais US$ 1,75 bilhão a ser distribuído em outubro, mas eu já sou  
mais adepto da previsão de que teremos uma remuneração mais gorda este ano.
 
De resto, parabenizo àqueles que tiveram a coragem de operarem vendidos no papel desde 
janeiro.Quase fiz isto e, ontem, teria recomprado os papéis com uma diferença de quase R$ 9,00 
por ação, assegurando, de quebra, estes proventos. 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A importância do hábito de poupar

Já vi posts que comentam sobre o percentual ideal a ser economizado para uma velhice mais digna.

Também já li inúmeros posts que comentam sobre o valor mágico ou o percentual dos rendimentos a ser guardado todo mês para alcançar a tão sonhada independência financeira, ou então que, pelos menos, ensinavam o caminho das pedras para buscar uma honrosa semiaposentadoria.

Não faltam também textos que justificam o controle das pequenas despesas e o seu impacto num orçamento doméstico. Todos louváveis, diga-se de passagem.

Toda e qualquer informação que venha somar esforços para que se crie na consciência das pessoas o hábito de poupar e/ou investir é fundamental para que melhoremos o nosso futuro e, por que não dizer, de toda a economia do nosso país.

Vejam vocês o problema que se avizinha aos norte-americanos. A geração atual, caso nada seja feito, será a primeira depois da Grande Depressão que terá um padrão de vida na velhice pior que a de seus pais e avós. E isso foi originado graças a anos de políticas de incentivo ao consumo que, apesar de inflarem o PIB no curto prazo, comprometem a poupança do país e seu crescimento quando vislumbramos um período mais longo de tempo.

Mas este problema não preocupa só nos Estados Unidos, tampouco pode ser considerado um problema do futuro. A Espanha nos mostra que a ausência de poupança combinado com o gasto excessivo feitos por uma geração podem deixar toda uma nação de joelhos. Independente do tamanho e do peso de sua economia para o mercado global. O vídeo abaixo demonstra bem isso:



A meu ver, o conjunto de notícias é ainda mais preocupante porque, mesmo depois que esta política de crédito barato e sem critério ter levado à crise do sub-prime nos EUA e a esta interminável bola de neve europeia (a bola da vez agora é a Eslovênia), incentivar o consumo das famílias continua sendo a base da política econômica brasileira.

Pois é... e o nosso auto-intitulado 'levantador de PIB' Guido Mantega não consegue entender que esta bala de prata já não funciona mais. Talvez, depois da divulgação da prévia do PIB de fevereiro e da inflação de março, ele seja acometido por uma crise de consciência que o faça perceber que, como o consumo foi estimulado mas a incústria continuou amarrada por custos de produção elevados e investimentos proibitivos, nossa inflação atual acaba sendo consequência de uma demanda tanto irracional quanto artificial - e não fruto de aumento da cebola ou do tomate.

Querem um exemplo? O Governo incentiva a compra do carro 0Km, mas para manter esta frota circulando precisa importar gasolina, cuja produção nacional não acompanhou a demanda. O engraçado disso tudo é que a oferta de gasolina nacional já é 'maquiada' pela mesma possuir 20% de etanol na sua composição - produto que também vem sendo importado, graças à preferência das usinas pela produção de açúcar.

Querem outro? O Governo incentiva a utilização de energia elétrica anunciando um corte médio de 20% na fatura mensal das famílias ao mesmo tempo em que utiliza recursos do Tesouro para subsidiar a utilização de termelétricas como forma de se evitar um apagão, fruto da sua inépcia na construção de novas usinas e linhas de transmissão.

Em resumo, a solução da nossa estagflação depende de investimentos que não foram feitos/estimulados no momento oportuno e também de cortes no gasto público que possibilitem uma redução da nossa carga tributária - coisa que o PT nem cogita fazer. Assim, justifica-se perfeitamente o fato dos outros países estarem saindo da crise, mas o Brasil ainda não.

Como a bolsa não é cassino, mas reflexo de nossa economia, atesta-se tamanho pessimismo em nosso Ibovespa por parte dos grandes players. Pudera, como desejar que a bolsa de São Paulo acompanhe os índices mundias enquanto nossas empresas vão perdendo competitividade, o que reflete diretamente na diminuição dos seus lucros?

Economizar, ao contrário do que pensa o Governo Federal, não é maquiar superávit, ou então inflacionar lucro de estatais para depois ter de socorrê-las por gestão temerária. Economizar é cortar na carne, mesmo. Não existe economia nominal quando um país precisa emitir dívida nova para fechar seus pagamentos.

E economizar não deve ser uma mera política cíclica, mas permanente, de Estado. Incentivar a poupança de todos é a maneira mais segura de se assegurar o crescimento consistente de uma nação. Não é a toa que ainda engatinhamos neste quesito, enquanto a China 'patina' crescendo 7% a.a.

Na minha casa fui ensinado desde pequeno a economizar dinheiro, tanto quanto fosse possível. Quando questionava o motivo, ouvia sempre a mesma resposta: "para você ter quando precisar".

Parece um conceito simples hoje, mas numa época onde o dinheiro do mês era proveniente de uma mesada este conselho não fazia o menor sentido.

Só que bastou ficar um pouco mais velho para o dinheiro começar a faltar. Toda vez que queria algo, a mesada sozinha não dava conta. E assim o conceito foi se arraigando porque, de fato, criança não tem a opção de fazer um empréstimo bancário para comprar o que deseja.

Por isso não me preocupo muito em descobrir o valor ideal para se economizar, ou então o percentual ideal. O importante é o hábito, o costume de se evitar gastos desnecessários em favor de uma segurança futura. O resto é consequência das boas práticas. Coisa que este país ainda não tem, salvo raras exceções.

Aqui só nos preocupamos com a água quando o poço já está seco. E só nos preocupamos com a ração dos animais quando eles já estão morrendo de fome. Não estou inventando nada, é o que ocorre neste momento no Nordeste.

Para quem ainda tem dúvidas a respeito de que nosso país ainda carece de educação financeira, mesmo para quem deveria nos ensinar a planejar melhor nossas finanças, leiam este texto extraído do Valor e tentem explicar a solução apontada pelos 'especialistas' do IBCPF quanto a reorganização das contas do cliente fictício. Soa como piada uma pessoa que ganha R$50.000,00 por mês ouvir de um renomado especialista que terá de vender o único imóvel e ir viver como agregado na casa da sogra para poder curtir sua tão sonhada aposentadoria. Bom final de semana a todos!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Estratégia de investimento: por que o foco nos proventos

Um vez já demonstrados os objetivos da carteira de curto e longo prazos, bem como a metodologia adotada para investir, restou esclarecer a estratégia escolhida para alcançar estes objetivos. 

Estratégia esta que veio depois de alguns tropeços, normais para qualquer novato na bolsa de valores: quando os trades não eram stopados, tinha IR + corretagem para corroer meu lucro. Muito trabalho para quase nada de retorno, mas valeu pelo aprendizado.

De forma inicialmente muito semelhante ao observado pelo Rafael,  posso afirmar que, na escolha dos ativos que compõem a minha carteira, optei por focar naqueles que me proporcionam dividendos periódicos. Aproveito aqui para aconselhar que leiam o texto feito por ele. Vale a leitura!

Continuando, optei por este caminho por concordar com duas premissas: 

- primeiro, que a rentabilidade da carteira é essencial para o crescimento qualitativo do patrimônio.

- segundo, que o aporte é fundamental para o crescimento quantitativo da carteira. 

Estas premissas não podem ser vistas separadamente, sob pena de restar prejudicado o caminho para os juros compostos.

Aqui cabem algumas considerações:

Primeiramente, cabe ressaltar que numa estratégia de buy and hold o crescimento puro e simples do preço dos ativos é prejudicial à formação da bola de neve, pois encarece a acumulação de capital.

Mesmo se pudesse aportar grandes valores, poder contar com dinheiro novo, livre de impostos e corretagens, favorece a compra e a diversificação dos ativos da carteira.

Da mesma forma, os proventos periódicos ajudam a coibir um grande descompasso entre os papéis: é mais barato e faz mais sentido usar este dinheiro extra para reforçar a acumulação daquele ativo que ficou para trás no % alocado do que se desfazer de outro papel para realizar tal empreitada - e se a venda foi feita pura e simplesmente porque o ativo teve a maior valorização da carteira trata-se também de contrassenso, pois nivela-se o todo por baixo.

Para finalizar o entendimento, esta estratégia permite também ter maior flexibilidade quanto a uma diminuição momentânea no patrimônio líquido do portfólio. Tal oscilação possibilita acrescentar novos papéis em condições mais favoráveis das que já se havia aceito pagar quando da época em que foram escolhidos para integrar a carteira.

E quais seriam as preocupações com a adoção desta estratégia?

Seguindo a análise fundamentalista, a real preocupação não está na cotação atual, mas nos fundamentos dos ativos encarteirados. E aqui posso dar um exemplo:

Se uma empresa demonstra não saber contornar suas adversidades - e dificuldades existem em qualquer tipo de negócio - isto refletetirá numa diminuição permanente no retorno a seus investidores. Logo, não possuirá mais os requisitos mínimos para permanecer na carteira, dando lugar a outra empresa ou então a um incremento na posição dos ativos já existentes.

Caso ela saiba contornar tais dificuldades, sejam elas impostas pelo seu setor, Governo ou até decorrente de crises sistêmicas como foi a de 2008, esta oscilação na cotação será temporária, não fazendo diferença a longo prazo. Na verdade, é até melhor que a cotação oscile, exatamente por criar condições mais favoráveis de acumulação.

E existe algum parâmetro para analisar se a estratégia está sendo feita de maneira correta? 

Sim, ele existe. Trata-se do Yeld que a carteira produz dentro de determinado período. Eu utilizo o ano civil como parâmetro.

Posso aqui dar o meu testemunho. Apesar de ter uma rentabilidade da carteira negativa em 2013, o percentual de retorno efetivo (JCP e dividendos já pagos) já é de 3,35%. Minha perspectiva é de fechar o ano com um Yeld superior a 10%. Pelos proventos já aprovados, caminho para isto.

Sei que muitos não concordarão com a metodologia escolhida. Caso seja este o seu caso, por favor, expresse esta discordância compartilhando seu comentário comigo, dizendo o que pode ser melhorado na minha maneira de investir. 

Não custa lembrar que uma mudança de rumo agora será mais barata que outra daqui 10, 20 ou 30 anos. Desde já agradeço sua contribuição. Abraço a todos!

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Fato relevante - Cemig

Esta notícia é sensacional em todos os aspectos.

Aqui está o link para o fato relevante. Tomo a liberdade para comentar alguns trechos:


1º - novo aumento do capital social;

É o segundo ano consecutivo que a companhia faz uma bonificação de ações. Ano passado, ela foi de 25%; este ano, mais 12,854843355%. Como sou acionista da CMIG3, considero esta notícia maravilhosa, pois incrementa a circulação do ativo, o que facilita sua compra no mercado fracionário.

2º - ratificação dos JCP aprovados em dezembro;

O valor aprovado em dezembro foi enorme, tanto que ainda resta receber R$ 1,01 / ação (já descontado o IR). Este valor, referente à segunda parcela dos JCP, deverá ser paga até 30/12/2013.

3º - aprovação de dividendos no valor de R$ 1,428605477 por ação;

Este deveria ser o grand finale do fato relevante, mas na verdade já demonstra as consequências do terceiro ciclo tarifário para a Cemig. Ano passado a empresa distribuiu R$ 1,90 por ação a título de dividendo, numa variação negativa de quase 25%.

Ainda assim, nada mau para os acionistas que confiaram na empresa e mantiveram seus papéis neste período turbulento, porque eles receberão, só em 2013, mais de R$ 5,00 / ação líquidos a título de proventos. E não tiveram custo algum de corretagem com isto.

Como diria um conhecido meu, "se for crise, que continue!" Bom final de semana a todos!


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Ao invés de criar um novo post, achei melhor compartilhar a notícia neste já feito mesmo...

Aproveitei a queda da CMIG3 para comprar algumas ações, o suficiente para arredondar em lotes de 100 o papel em carteira - quando já consideradas as ações decorrentes da bonificação.

Caso façam as contas, compensa comprar agora mesmo sendo menos ações, num preço 13% maior, porque os proventos custeiam a diferença e os custos, sobrando dinheiro.

Saliento que já havia feito isto ano passado, nos mesmos moldes. Acredito ser uma boa estratégia para o longo prazo, principalmente para o pequeno investidor.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Proventos e Investimentos - Abril 2013

A vida é inconstante como a bolsa: cheia de altos e baixos, de dias bons e também de dias ruins.

Mas existe um dia específico no nosso mês que costuma ser muito bom: o dia do nosso pagamento, seja ele salário, ajuda de custo, bolsa de estudos, pró-labore...

Independente do quantum recebido, a monetarização do nosso trabalho é uma das principais motivações para dedicarmos quase 1/3 da nossa vida em atividades que não contribuem diretamente para a nossa IF.

Antes que critiquem essa afirmação, saliento que trabalho, via de regra, serve para duas coisas: 1º, para a perpetuação do ciclo produtivo; 2º, para a nossa sobrevivência. Os frutos dele podem ou não servir para a IF, e ai depende de cada um.

Não chega a ser surpresa, portanto, que uma das coisas que mais gosto na renda variável são os pagamentos de proventos.

Muitos criticam a estratégia focada em dividendos, mas ela não é só eficiente, é também motivadora: ao mesmo tempo que rentabiliza monetariamente uma carteira que por definição tende a ser estática, ela ainda turbina o aporte mensal - e fomenta, assim, os juros compostos.

Vejam o meu exemplo: em março, como já ocorrera em fevereiro, todo o aporte foi usado para aumentar a posição em XPGA11, como forma de antecipar um equilíbrio entre a alocação deste FII com o BCFF11b, cuja subscrição se encontra em estudo pela CVM.

Foram os proventos de Cemig + Weg + FII, aliados a algumas horas extras e um bom ponto de compra que me permitiram adquirir os primeiros papéis da Souza Cruz à carteira de ações. Já estudava a entrada no papel vai um certo tempo e esta tendência de queda veio bem a calhar. Mas sem este dinheiro extra eu não teria condições de sair do campo teórico e executar meu planejamento.

E assim chegamos ao mês de abril, que começou com uma sensação de déjà vu: IBovespa em queda e XPGA11 pagando exatos R$1,00 por cota.

Se tem coisa que me deixa muito feliz é a constância nos rendimentos recebidos. Dá uma certa paz de espírito ter uma noção, ainda que irracional, do quanto podemos esperar de determinado ativo.

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Aqui me sinto na obrigação de fazer uma pausa na postagem para elogiar a gestão profissional do fundo XP Gaia: apesar de ainda possuir uma quantia considerável do valor adquirido na última subscrição para investir em ativos mais lucrativos, já recuperou a maior parte do provento que era pago antes do aumento de capital. Melhor do que isto: hoje recebo quase o DOBRO do que era creditado na minha conta em março de 2012 (R$ 0,56 por cota). Por essas e outras eu ainda sou um tanto cético quanto a essa história de que fundo de tijolo rentabiliza melhor o cotista que fundo de papel.
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O fato do valor da cota deste fundo ter ironicamente caído agora no começo do mês só reforça a manutenção do meu planejamento para abril, onde utilizarei o aporte para adquirir mais cotas de XPGA11.

Mas as boas notícias não param por ai, graças a Deus...

Saiu o tão aguardado fato relevante de abril, referente à Vale, confirmando o pagamento da primeira parcela do seu rendimento mínimo para 2013. E com ele uma agradável surpresa: o valor a ser distribuído é ligeiramente maior do que o esperado pelo mercado (de US$ 2bi passou para US$ 2,25bi).

Apesar da Companhia não ter afirmado nada neste sentido, a atitude de aumentar o valor da primeira parcela reforça a possibilidade de que a empresa distribua em 2013 mais dinheiro em proventos do que o informado em janeiro passado.

Como não tenho bola de cristal, tentarei interpretar as informações que por ora possuo:

- amparado no histórico dos pagamentos mínimos feitos pela empresa, depreende-se que a quantia a ser aprovada no dia 16 de abril será paga como JCP;

- a partir disso, passo a calcular o seu valor em reais - usarei a cotação do dólar de  R$ 2,02 - e estimo o provento a ser pago no dia 30 em R$ 0,75 por ação, isso já deduzido o IR.

- apesar deste valor ser 18% menor que o pagamento feito no mesmo período do ano passado, não é nada mau para uma empresa cujos balanço do 4T12 e notícias fizeram o preço da sua ação despencar quase 25% no ano.

Independente do teor deste fato relevante, é importante saber que, da mesma forma que em março, poderei contar com proventos - agora os da Vale do Rio Doce, da própria Souza Cruz e dos FII, mais algumas horas extras - para adquirir mais alguns papéis de CRUZ3, consolidando um pouco mais esta empresa na minha carteira.

Finalizo este post afirmando que, apesar deste movimento ainda ser dependente de dinheiro oriundo de fora da carteira, é sempre uma sensação boa sentir que o planejamento está te levando a algum lugar. No meu caso, ele ajuda a consolidar a ideia de que é possível redistribuir a carteira diluindo o percentual em renda variável e acrescentando novos valores ao portfólio, mesmo lidando com pouco dinheiro. Um ótimo mês de abril a todos!