segunda-feira, 8 de abril de 2013

Estratégia de investimento: por que o foco nos proventos

Um vez já demonstrados os objetivos da carteira de curto e longo prazos, bem como a metodologia adotada para investir, restou esclarecer a estratégia escolhida para alcançar estes objetivos. 

Estratégia esta que veio depois de alguns tropeços, normais para qualquer novato na bolsa de valores: quando os trades não eram stopados, tinha IR + corretagem para corroer meu lucro. Muito trabalho para quase nada de retorno, mas valeu pelo aprendizado.

De forma inicialmente muito semelhante ao observado pelo Rafael,  posso afirmar que, na escolha dos ativos que compõem a minha carteira, optei por focar naqueles que me proporcionam dividendos periódicos. Aproveito aqui para aconselhar que leiam o texto feito por ele. Vale a leitura!

Continuando, optei por este caminho por concordar com duas premissas: 

- primeiro, que a rentabilidade da carteira é essencial para o crescimento qualitativo do patrimônio.

- segundo, que o aporte é fundamental para o crescimento quantitativo da carteira. 

Estas premissas não podem ser vistas separadamente, sob pena de restar prejudicado o caminho para os juros compostos.

Aqui cabem algumas considerações:

Primeiramente, cabe ressaltar que numa estratégia de buy and hold o crescimento puro e simples do preço dos ativos é prejudicial à formação da bola de neve, pois encarece a acumulação de capital.

Mesmo se pudesse aportar grandes valores, poder contar com dinheiro novo, livre de impostos e corretagens, favorece a compra e a diversificação dos ativos da carteira.

Da mesma forma, os proventos periódicos ajudam a coibir um grande descompasso entre os papéis: é mais barato e faz mais sentido usar este dinheiro extra para reforçar a acumulação daquele ativo que ficou para trás no % alocado do que se desfazer de outro papel para realizar tal empreitada - e se a venda foi feita pura e simplesmente porque o ativo teve a maior valorização da carteira trata-se também de contrassenso, pois nivela-se o todo por baixo.

Para finalizar o entendimento, esta estratégia permite também ter maior flexibilidade quanto a uma diminuição momentânea no patrimônio líquido do portfólio. Tal oscilação possibilita acrescentar novos papéis em condições mais favoráveis das que já se havia aceito pagar quando da época em que foram escolhidos para integrar a carteira.

E quais seriam as preocupações com a adoção desta estratégia?

Seguindo a análise fundamentalista, a real preocupação não está na cotação atual, mas nos fundamentos dos ativos encarteirados. E aqui posso dar um exemplo:

Se uma empresa demonstra não saber contornar suas adversidades - e dificuldades existem em qualquer tipo de negócio - isto refletetirá numa diminuição permanente no retorno a seus investidores. Logo, não possuirá mais os requisitos mínimos para permanecer na carteira, dando lugar a outra empresa ou então a um incremento na posição dos ativos já existentes.

Caso ela saiba contornar tais dificuldades, sejam elas impostas pelo seu setor, Governo ou até decorrente de crises sistêmicas como foi a de 2008, esta oscilação na cotação será temporária, não fazendo diferença a longo prazo. Na verdade, é até melhor que a cotação oscile, exatamente por criar condições mais favoráveis de acumulação.

E existe algum parâmetro para analisar se a estratégia está sendo feita de maneira correta? 

Sim, ele existe. Trata-se do Yeld que a carteira produz dentro de determinado período. Eu utilizo o ano civil como parâmetro.

Posso aqui dar o meu testemunho. Apesar de ter uma rentabilidade da carteira negativa em 2013, o percentual de retorno efetivo (JCP e dividendos já pagos) já é de 3,35%. Minha perspectiva é de fechar o ano com um Yeld superior a 10%. Pelos proventos já aprovados, caminho para isto.

Sei que muitos não concordarão com a metodologia escolhida. Caso seja este o seu caso, por favor, expresse esta discordância compartilhando seu comentário comigo, dizendo o que pode ser melhorado na minha maneira de investir. 

Não custa lembrar que uma mudança de rumo agora será mais barata que outra daqui 10, 20 ou 30 anos. Desde já agradeço sua contribuição. Abraço a todos!

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